Causas
Luís XVI era o rei francês
durante a década de 1780.
A Revolução Francesa foi
resultado direto da crise que a França vivia no final do século XVIII. A
insatisfação popular (com a crise econômica e política que o país vivia)
aliou-se com os interesses da burguesia em implantar no país as ideias do
Iluminismo como forma de combater os privilégios da aristocracia francesa.
No final do século XVIII, a
França era uma monarquia absolutista em que o rei era Luís XVI. O poder de Luís
XVI, como em todo regime absolutista, era pleno, e a sociedade francesa era
dividida em grupos sociais muito bem definidos. A composição social da França
era a seguinte:
Primeiro Estado: clero;
Segundo Estado: nobreza;
Terceiro Estado: restante da
população e burguesia.
Essa divisão social na França
tinha uma clara desigualdade social, uma vez que Primeiro e Segundo Estados
possuíam privilégios que não se estendiam ao Terceiro Estado. O destaque vai
para as isenções de impostos que ambas as classes possuíam e para o direito de
alguns nobres de poderem cobrar impostos dos camponeses que trabalhavam em suas
terras.
O Terceiro Estado, por sua vez,
era um grupo bastante heterogêneo, isto é, composto por diferentes grupos, como
a burguesia e os camponeses (os segundos correspondiam a 80% da população
francesa). Os camponeses viviam na pobreza ao passo que a aristocracia francesa
vivia uma vida de luxo. Para os burgueses, os privilégios da aristocracia do
país eram um entrave para o desenvolvimento de seus negócios. A desigualdade
social é a primeira causa da revolução.
Toda essa situação de
desigualdade agravou-se com a crise social que existia na França. A crise
econômica francesa era motivada pelos elevados gastos do país (o governo
francês gastava 20% a mais do que arrecadava). Esses gastos foram agravados
pelo envolvimento do país em conflitos no exterior. A existência de privilégios
de classe no país também contribuía para a crise.
A crise econômica na França
aumentava a pressão, principalmente, para as classes de baixo, uma vez que o
custo de vida aumentou, a oferta de empregos foi reduzida, e os impostos
cobrados pela nobreza aumentaram. Essa situação, em si, já era o suficiente
para levar os camponeses à fome, mas, em 1788 e 1789, o país ainda enfrentou um
inverno rigoroso, que prejudicou as colheitas e contribuiu para que o alimento
ficasse mais caro ainda.
Tentativas de reforma haviam sido
propostas, mas não avançaram porque a aristocracia francesa havia mostrado-se
resistente às possibilidades de reformas que viessem a retirar parte de seus
privilégios. Assim, em 1789, a França vivia uma situação complicada, pois a
crise econômica era grave, e a pobreza e a fome levaram a população a um estado
de quase rebelião.
O resultado encontrado pela
nobreza francesa foi convocar os Estados Gerais, uma reunião criada na França
feudal e que era convocada só em momentos de emergência. Essa saída era
agradável para a aristocracia francesa, pois, nos moldes antigos do Estado
Geral, Primeiro e Segundo Estados uniam-se contra o Terceiro Estado.
O Terceiro Estado, porém, não
estava disposto a manter-se nos Estados Gerais dentro dos moldes em que ele
funcionava em tempos passados. Com isso, foi proposto pelos representantes
desse Estado uma alteração no funcionamento dos Estados Gerais. Em vez de o
voto ser por Estado, foi proposto que ele fosse individual, isto é, todos os
membros dos Estados (incluindo os mais de 500 do Terceiro Estado) teriam
direito ao voto.
O rei francês não aceitou a
proposta e, assim, o Terceiro Estado rompeu com os Estados Gerais e fundou a
Assembleia Nacional Constituinte, com o propósito de redigir uma Constituição
que proporia mudanças para a França, tornando-a uma monarquia constitucional.
Quando Luís XVI tentou fechar a Constituinte à força, a população parisiense rebelou-se
em sua defesa.
No dia 12 de julho de 1789, a
população francesa tomou as ruas de Paris. No dia 13, foi criado uma Comuna
para governar Paris e uma Guarda Nacional, espécie de milícia popular. No dia
14, a população partiu para tomar armas e pólvora do governo e, com isso,
atacou a Bastilha, antiga fortaleza convertida em prisão que era usada para
aprisionar opositores dos reis franceses.
No dia 14 de julho, então, houve
a Queda da Bastilha, em que a população francesa invadiu e tomou o controle da
prisão que era o símbolo da opressão absolutista. Depois disso, a revolução
espalhou-se pelo país, alcançando novas cidades e chegando ao campo.
Iluminismo
A Revolução Francesa inspirou-se
nos ideais iluministas, que defendiam que a autoridade deveria basear-se na razão. Os iluministas defendiam
ideais como liberdade e constitucionalismo, eram fortes defensores da separação
entre Igreja e Estado e, além disso, eram opositores da monarquia absolutista e
defensores do método científico. As revoluções burguesas do século XVIII —
americana e francesa — tiraram dos ideais iluministas a sua base ideológica.
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